sexta-feira, fevereiro 15, 2008

Estava eu desenhando (ainda a poeira solta da grafite se acumulava - em pequenos ajuntamentos - a um tempo insolente e preguiçosa) e já a cor me batia à porta insistentemente como um cobrador. Escondi-me por trás do monóculo, espião à força do medo... Senti um ranger e depois uns craques sucessivos e a porta fez-se em lascas: rajadas de pigmento encharcado na água e seus acólitos solventes entranharam-se nas fêveras da minha superfície-plana. Estou a escorrer de morte cromática, inanimo-me por sobrecarga estética.

Sem comentários: